O livro de Nnimmo Bassey rompe com dois lugares comuns que têm prevalecido nos discursos sobre a África:
1) o continente é sempre interpretado como vítima de um passado colonial onipresente que o incapacita a sair do qua-
dro de miséria e subdesenvolvimento, é como se a África estivesse condenada pelo passado, uma região sem presente;
2) O continente caracteriza-se por infindáveis lutas fratricidas e tribais. Aliás, esse conceito de tribo é reiteradas vezes
usado para caracterizar os conflitos e lutas do continente, impondo-se assim um conceito que, na literatura colonialista,
é oposto ao conceito de civilização. Haja eurocentrismo! Não, para Nnimmo Bassey essa história colonial não condena o
presente desse continente e seus povos por uma simples razão: o fim do colonialismo não significou o fim da colonialidade
que, assim, se mostra irmão siamês do capitalismo na sua sanha de acumulação de capital.
(Denilson A. Oliveira e Carlos W. Porto-Gonçalves. “Apresentação à edição brasileira”. In: Nnimmo Bassey. Aprendendo com a África, 2015. Adaptado.)
Explicite o modo de estabelecimento das fronteiras no continente africano durante o período colonial e o contexto em que
grande parte dos movimentos por descolonização ocorreram. Cite dois exemplos de como a colonialidade se expressa
nesse continente.