Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se
em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados, pro-
vocariam resistências. Por isso, precisa ser mantida a ilusão e,
em certa medida, até a realidade de uma realização individual.
Por pseudo-individuação entendemos o envolvimento da cul-
tura de massas com uma aparência de livre-escolha. A padro-
nização musical mantém os indivíduos enquadrados, por as-
sim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuação, por sua
vez, os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que
eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré-digerido”.
(Theodor Adorno. “Sobre música popular”.
In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.)
Em termos filosóficos, a pseudo-individuação é um conceito
(A) identificado com a autonomia do sujeito na relação com
a indústria cultural.
(B) que identifica o caráter aristocrático da cultura musical na
sociedade de massas.
(C) que expressa o controle disfarçado dos consumidores no
campo da cultura.
(D) aplicável somente a indivíduos governados por regimes
políticos totalitários.
(E) relacionado à autonomia estética dos produtores musi-
cais na relação com o mercado.