4. O texto a seguir, publicado junto com a charge abaixo, foi escrito em homenagem a Marielle Franco,
mulher negra, da favela, socióloga, vereadora do Rio de Janeiro. Defensora dos Direitos Humanos, Marielle
foi morta a tiros no dia 14 de março de 2018, no Estácio, região central da cidade.
que “o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera”. Ele
pergunta: “Posso, sem armas, revoltar-me?”. O inimigo está com a faca, o queijo, os fuzis e as balas na mão, o que
aumenta nosso sentimento de impotência. Drummond me mostra a flor furando “o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio” e,
dessa forma, “me salvo e dou a poucos uma esperança mínima”. A poesia, território onde os assassinos não entram,
tem esse poder milagroso de colocar ao nosso alcance a arma da razão com muita munição de esperança.
(Adaptado de José Ribamar Bessa Freire, “Uma toada para Marielle: a flor que fura o asfalto”. A charge de Quinho foi encontrada na internet pelo autor da
crônica. Disponível em http://www .taquiprati.com.br/cronica/1387-uma-toada-para-marielle-a-flor-que-fura-o-asfalto. Acessado em 03/09/2018.)
a) Segundo o dicionário Michaelis, “estar com a faca e o queijo na mão” significa “ter poder amplo e
irrestrito”. Como isso aparece no trecho da crônica e na charge”?
b) Como a ideia de “munição de esperança” está expressa na charge e no poema citado?