TEXTO 1
O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido uma série
de retaliações de setores fascistas e reacionários do Brasil,
conhecidos por suas posições homofóbicas, racistas e clas-
sistas, faz com que seja importante trazer outras camadas
para esse debate. Os ataques à mostra se deram não so-
mente na internet, mas também na própria exposição — onde
o público visitante era constrangido com a presença de mani-
festantes a favor do fechamento da exposição.
(Tiago Sant'Ana. “Queermuseu': a apropriação que acabou em censura”.
Le Monde Diplomatique, 18.09.2017. Adaptado.)
TEXTO 2
A diretora Daniela Thomas apresentou seu filme,
Vazante, que fala sobre escravidao, no Festival de Brasilia
do Cinema Brasileiro. Ela foi duramente questionada no
debate a partir de questões que não falam de aspectos
estéticos propriamente, mas sobre procedimentos escolhi-
dos para fazer a obra: “você não incluiu pessoas negras
na produção, você não teve consultoria de negros para o
roteiro”. Chegou-se a sugerir que Daniela não exibisse o
filme comercialmente, que ele não fosse colocado nas sa-
las de cinema. À censura está muito presente e ela não é
só uma vontade ou um movimento que parte do ponto de
vista da direita, mas também da esquerda.
(Rodrigo Cássio. “Conversa entre professores: a censura não tem lado”.
www. adufg.org.br, 09.11.2017. Adaptado.)
A partir da análise dos textos 1 e 2, depreende-se que ambos
os acontecimentos
(A) ilustram uma posição exclusivamente conservadora e de
direita em relação à arte.
(B) basearam-se em critérios externos ao universo estético.
(C) fundamentaram-se em questões técnicas próprias ao
campo das artes.
(D) evidenciam manifestações antiautoritárias e a favor da
liberdade.
(E) foram marcados pelo respeito à autonomia estética.