A poesia de Olavo Bilac exemplifica como poucas a estética parnasiana, tal como ocorre nestes versos em que o “príncipe dos
poetas” define sua visão do artista:
(A) Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra disse:
“Vai, Carlos, ser gauche na vida.”
(B) Sou bem nascido. Menino,
fui, como os demais, feliz.
Depois veio o mau destino
e fez de mim o que quis.
(C) Se meu verso não deu certo foi seu ouvido que entortou.
Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?
(D) Sente-se diante da vitrola
E esqueça-se das vicissitudes da vida.
(E) Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.