Que relações mantinha o Pará com o Rio de Janeiro
em 1821-1822? A resposta a essa indagação pode ser
construída, de forma simplificada, com base em três
ordens de consideração: econômica, geográfica e políti-
ca. No primeiro caso, todo o fluxo comercial do Grão-Pará
era fundamentalmente com Lisboa. Em 1822, a balança
comercial entre o Grão-Pará e Portugal era favorável às
exportações paraenses. Em termos geográficos, a posi-
ção do Grão-Pará relativamente às correntes marítimas
tornava as viagens para Lisboa regulares e mais rápidas
do que para o Rio de Janeiro, o que, politicamente obser-
vado, acentuava o isolamento da província em relação ao
governo de D. Pedro.
(Georges Mártires Coelho. “Onde fica a corte do senhor Imperador?”.
In: István Jancsó. Brasil: formação do Estado e da Nação, 20083.
Adaptado.)
A análise contida no excerto apresenta
(A) as condições impostas pela elite dominante, das an-
tigas colônias do norte do país, para a sua adesão
incondicional ao projeto de independência política
elaborado no Rio de Janeiro.
(B) a oposição dos políticos e jornalistas do Grão-Pará
as ideias liberais e iluministas, fato que explica sua
aliança com o absolutismo português e a repressão
ao movimento popular da Cabanagem.
(C) a unidade dos projetos políticos visando a Indepen-
dência em todas as províncias, apesar de profundas
diferenças econômicas, políticas, sociais e culturais
existentes no país.
(D) os fatores do futuro crescimento econômico do con-
junto da região amazônica, vinculada estreitamente à
economia europeia e em rápido processo de desen-
volvimento industrial.
(E) a diversidade de interesses sociais atuantes durante a
independência e as dificuldades de diferentes ordens
que se apresentavam para a efetiva incorporação da
região ao Império do Brasil.