Algumas vezes o artista encontra o detrito industrial
ou objeto comercial que encerrou o seu ciclo de uso e
foi recuperado da lata de lixo. Nesse caso, o artista se
faz porta-voz de uma sarcástica polêmica contra o mundo
industrializado. Ele expõe os achados arqueológicos de
uma contemporaneidade que se consome dia após dia,
mas que nos lembra, também, que o universo da indústria
pode comunicar emoção estética.
(Umberto Eco (org). História da beleza, 2014. Adaptado.)
O argumento do autor refere-se a uma prática cultural,
que reage à sociedade contemporânea, considerando
(A) a relação ambígua das artes com as contradições de
um universo econômico de grande mutabilidade.
(B) a relevância reduzida das artes plásticas em um mun-
do de consumo capitalista de mercadorias.
(C) a impossibilidade dos conteúdos artísticos iluminarem
aspectos pouco visíveis da vida cotidiana.
(D) a predominância das belas artes na última fase de
desenvolvimento econômico da humanidade.
(E) a incompatibilidade entre linguagens artísticas e pro-
dutos artificiais desprovidos de formas.