Leia com atenção o trecho transcrito a seguir:
“No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a
longe, o mais que pôde. O menino puxava a sua mão
e reclamava da vagareza da menina. Deviam chegar
até a baixa noite a Encantado, e o menino sabia que
ele era responsável pela menina e deveria manter
uma disciplina. Que garota chata, ele pensou” (linhas
1-7).
Atente ao que se diz sobre os verbos desse excerto.
I,
II.
HI.
O pretérito imperfeito (do indicativo),
empregado no texto, em vez de reportar-se ao
passado, parece neutralizar o valor desse
passado, dando a impressão de que as ações se
realizam ou pelo menos se estendem ao
momento da fala.
Os verbos no pretérito perfeito do indicativo
indicam que a ação ou as ações que estão sendo
narradas aconteceram antes do momento em
que fala o enunciador (narrador). Não é por
acaso que os contos tradicionais são narrados
nesse tempo verbal.
O verbo “dever”, que exprime obrigação, usado
como auxiliar em uma locução verbal, tem o
papel de modalizar o enunciado em que aparece
(isto é, mostrar a relação do falante com o
conteúdo daquilo que expressa). No enunciado
em análise, o verbo “dever” aparece duas vezes
como auxiliar nas seguintes locuções verbais:
“deviam chegar” e “deveria manter”. A primeira,
em virtude de “dever” estar no presente do
indicativo, causa impressão de que o enunciador
assume como certo o que diz o enunciado (sem
dúvida eles devem “chegar até a baixa noite a
Encantado”). Já a segunda, em virtude de o
verbo “dever” vir no futuro do pretérito, produz
a impressão de que o enunciador assume com
reservas o conteúdo do seu enunciado.
Está correto o que se diz em
A)
B)
C)
D)
I, Il e III.
I e II apenas.
Ie III apenas.
Il e III apenas.