Essa guerra fria entre os Estados Unidos e a União So-
viética, e que envolve igualmente suas respectivas “áreas de
influência”, apresenta inúmeros aspectos ou facetas: a cor-
rida armamentista, a corrida espacial, os tratados e acordos
militares (especialmente a OTAN e o Pacto de Varsóvia), a
“ideologia da guerra fria”, como forma de controle sobre po-
pulações e Estados, a espionagem e os apoios ou incentivos
a golpes militares e a oposições de governos aliados da outra
superpotência. Dificilmente um Estado consegue dispor livre-
mente de uma real autonomia nesse contexto: as pressões
dos dois lados são fortes e eficazes, obrigando esse Estado
a procurar se posicionar frente à guerra fria e encetar apoios
e negócios com uma das superpotências.
(José William Vesentini. Imperialismo e geopolítica global, 1987.)
O texto caracteriza a Guerra Fria como
(A) um processo complexo, que envolveu desde questões
militares até propagandas e resultou no domínio de gran-
de parte do planeta pelas duas superpotências.
(B) uma disputa diplomática, que se desenvolveu no interior
dos órgãos internacionais e provocou interferências ape-
nas na política interna das duas superpotências.
(C) um binarismo primário, que se resumiu ao embate militar
direto entre as duas superpotências e alijou os demais
países das discussões políticas internacionais.
(D) um esforço para impedir que a propaganda liberal, lide-
rada pela União Soviética, avançasse sobre o planeta e
suprimisse as liberdades vividas no Ocidente.
(E) uma tentativa de impedir que a hegemonia norte-ameri-
cana se impusesse sobre todo o planeta e submetesse a
burguesia aos interesses do proletariado mundial.