A ideia da existência de uma democracia racial no Brasil foi
desconstruida pelos estudos de Florestan Fernandes,
sobretudo, em seu livro À integração do negro na sociedade de
classes. Nesta obra de 1965, o autor argumenta que a
democracia racial na sociedade brasileira é um mito na medida
em que a abolição da escravatura libertou os negros
“oficialmente”, mas não os incluiu na sociedade como
cidadãos, mantendo, assim, a discriminação e a submissão da
população negra aos brancos, permanecendo, portanto, as
desigualdades sociais entre negros e brancos.
A democracia racial no Brasil, de fato, ainda se constitui como
um mito, identificado na fala cotidiana brasileira com
expressões de preconceito racial, a exemplo de
a) “Vamos acabar com essa negrinhagem”; “serviço de preto”;
“Respeito à diversidade”.
b) “Cabelo de palha de aço”; “Todas as pessoas nascem
iguais.”; “Lapis cor de pele”.
c) “Nasceu com um pé na cozinha”; “Inveja branca”;
“A primeira igualdade é a justiça”.
d) “Da cor do pecado”; “Ser diferente é legal”; “Não sou tuas
negas’.
e) “A coisa tá preta”; “Cabelo ruim”; “Negro de alma branca”.