O trecho a seguir foi extraído do poema Evocação do Recife, de Manuel Bandeira.
[...]
A vida nao me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na lingua errada do povo
Lingua certa do povo
Porque ele fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusiada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
[...]
BANDEIRA, M. Libertinagem. 2 ed. São Paulo: Global, 2013.
Nos dois versos: “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros” [...] / “A vida com uma porção de
coisas que eu não entendia bem”, o eu-lírico retoma
a) a sua memória afetiva com delicadeza.
b) as histórias lidas em livros à época da infância.
c) a ideologia do passado com autocrítica.
d) as vivências infantis de modo indiferente.
e) as frustrações vividas na infância.