O texto a seguir, extraído do capítulo Caldo Entornado, serve de base para responder à questão.
[...] Um dia o toma-largura tinha saído em serviço; ninguém esperava por ele tão cedo; eram onze horas da
manhã. O Leonardo, por um daqueles milhares de escaninhos que existem na ucharia, tinha ido ter à casa do
toma-largura. Ninguém porém pense que era para maus fins. Pelo contrário era para o fim muito louvável de
levar à pobre moça uma tigela de caldo do que há pouco fora mandado a el-rei... Obséquio de empregado
da ucharia. Não há aqui nada de censurável. Seria entretanto muito digno de censura que quem recebia tal
obséquio não o procurasse pagar com um extremo de civilidade; a moça convidou pois ao Leonardo para
ajudá-la a tomar o caldo. E que grosseiro seria ele se não aceitasse tão belo oferecimento? Aceitou.[...]
ALMEIDA, M. A. Memórias de um Sargento de Milícias. Porto Alegre: L&PM, 2015.
No livro Memórias de um Sargento de Milícias, são relatados alguns dos casos amorosos do personagem
Leonardo. No fragmento acima, considerando a ironia do narrador, a ideia de que Leonardo teria um
interesse particular pela jovem encontra respaldo no fato de o personagem
a) visitá-la tão somente na ausência do marido.
b) dirigir-se furtivamente à casa do toma-largura.
c) levar-lhe da mesma comida servida ao rei.
d) preocupar-se com a qualidade de sua alimentação.
e) prestar-lhe um favor sem segundas intenções.