TEMPO DO FIM
Agora
estamos somente nus
entre a fumaça e o sangue
Nus no arrepio do brilho
que ainda treme
no ondular das tochas
e dos punhais
Chegar
ao tempo nosso
do fim.
DEPOIS
Mas virá o tempo da cicatriz
E da cura das fraturas
E das células renascidas
Saberemos recompor
As quatro estações do ano
E Os prazos do zodiaco
Nos limites do chão
E no ilimitado do além
Estaremos ressurgidos
Para o afinal começo
Do começar
CUNHA, Helena Parente. Inéditos (Em tempo de Fim de Mundo). Além de estar: antologia poética. Rio de Janeiro: Imago; Salvador: fundação
Cultural do Estado da Bahia, 2000. p. 192-193.
Há uma afirmação verdadeira sobre os poemas de Helena Parente Cunha em
| “brilho” (v. 4) e “tochas” (v. 6), no poema Tempo do fim, sugerem conclusão vitoriosa de um processo longo e penoso.
ll. “quatro estações” (v. 5) e “prazos do zodíaco” (v. 6) no poema Depois, se referem as limitações que o tempo impõe a
possibilidade de superar situações adversas.
lll. “a fumaça e o sangue” (v. 3), no poema Tempo do fim, sugerem sofrimento e morte; “cicatriz” (v. 1) e “células renascidas”
(v. 3), no poema Depois sugerem cura e superação.
IV. Em Tempo do fim, há uma constatação negativa, sobre a violência; em Depois, a autora acena com uma perspectiva positiva,
de recuperação do equilíbrio.
V. Ao usar a primeira pessoa do plural nos dois poemas, a autora se inclui como integrante da humanidade, a respeito da qual
faz constatações e previsões.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
(A) le II.
(B) lle IV.
(C) lle III.
(D) |, lle V.
(E) Ill, Ve V.