— Logo, se acredito em demônios, estes ou são uma sorte de deuses — e eu teria razão afirmando que estás propondo uma
adivinha por brincadeira, dizendo que eu creio em deuses em vez de crer em deuses, pois que acredito em demônios — ou são
filhos de deuses, uma sorte de bastardos, nascidos de ninfas ou de outras mulheres a quem os atribui a tradição — e que homem
pode acreditar em filhos de deuses e não em deuses? Seria a mesma aberração de quem acreditasse serem os machos filhos
de éguas e jumentos, sem crer em éguas e jumentos.
(PLATÃO. Defesa de Sócrates. Trad. Jaime Bruna. Coleção Os Pensadores. Vol. Il. São Paulo: Victor Civita, 1972, p. 19.)
De qual acusação Sócrates está se defendendo na passagem acima e em que sentido essa acusação poderia ser
interpretada como “uma adivinha”, segundo Sócrates?