Um estudo realizado pela pesquisadora Thaís Bremm Pluth e colaboradores teve como objetivo levantar dados
sobre a relação entre a exposição aos agrotóxicos e o câncer, com foco em agricultores, população rural,
aplicadores de agrotóxicos e trabalhadores rurais. Os resultados foram publicados no jornal científico Saúde em
Debate com o título “Exposição a agrotóxicos e câncer: uma revisão integrativa da literatura” (v. 43, n. 122, p.
906-924, 2019. DOI: 10.1590/0103-1104201912220). Sobre essa temática, verifica-se que:
a)
os estudos contraditórios sobre o aumento do risco de câncer por exposição a pesticidas confirmam que
esses compostos químicos estão desassociados com o processo de carcinogênese em humanos,
inclusive em trabalhadores rurais com exposição crônica.
a exposição à contaminação química rural é inócua, no contexto de saúde pública ambiental, para o
desencadeamento da tumorigênese, independendo de características individuais como perfil étnico-
racial, idade, sexo e histórico familiar.
as investigações atuais são frustrantes quanto à associação entre os pesticidas e o risco de câncer,
corroborando a segurança em longo prazo do uso de herbicidas, inseticidas e fungicidas, principalmente
dos organofosfatados.
para os estudos em que os inseticidas não foram associados com as neoplasias malignas dos órgãos
genitais femininos, o papiloma vírus humano permanece como fator de risco mais conhecido, em
especial do câncer cervical.
a hipotética relação entre pesticidas e neoplasias ainda aguarda por ser comprovada em humanos,
sendo segura a compreensão de que tal evidência etiológica é aleatória e sem vínculo com tipos
histológicos ou de tumores específicos.