Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado
porque padeceis em um modo muito semelhante o que
o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a
sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros,
e a vossa em um engenho é de três. Também ali não
faltaram as canas, porque duas vezes entraram na
Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio,
e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. À
Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi
de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os
vossos dias. Cristo despido, e vós despidos, Cristo sem
comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós
maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as
chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a
vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência,
também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A, Sermões, Tomo XI. Perto: Lei & irmão, 1959 (adaptado)
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece
uma relação entre a Paixão de Cristo e
a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos
brasileiros.
a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
o papel dos senhores na administração dos engenhos.
VOO
o trabalho dos escravos na produção de açúcar.