Nos romances clássicos do século XIX, sobretudo
de Balzac ou Jane Austen, a equivalência entre capital
e rendimento anual, por intermédio de uma taxa de
rendimento de 5% (ou, mais raramente, de 4%), era uma
evidência absoluta. Por esse motivo, com frequência os.
escritores omitiam a natureza do capital e se contentavam
emindicar apenas o montante da renda anual produzida.
Informavam-nos, por exemplo, que um personagem
dispunha de 50 000 francos ou de 2 000 libras esterlinas
de renda, sem precisar se eram rendimentos da terra ou
dejuros sobre a dívida pública. Pouco importava, já que a
renda era segura e sistemática nos dois casos, permitindo
reproduzir, ao longo do tempo, uma estratificação social
conhecida.
PRETTY, O capta! no sbcuo Xe Jenna, 21 (epi)
A equivalência destacada nas obras desses romanistas
remete aos seguintes aspectos da dinâmica europeia
naquele período:
© Confito de classes e movimentos migratórios.
O Cultura individualista e ampliação do consumo.
& Desenvolvimento científico e expansão urbana.
O Modernização produtiva e desconcentração fundiária.
O Monetarização das trocas e financiamento do Estado.