Por muito tempo vigorou, nos livros didáticos, uma simplifi-
cação dos conceitos colonização de exploração e coloni-
zação de povoamento. Tal simplificação se baseava na
hipótese de que
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
o primeiro conceito denunciava a exploração da mão
de obra nativa e escrava em larga escala nas zonas
agrícolas em todo o continente, enquanto o segundo
enaltecia a fundação de núcleos urbanos, como
aqueles surgidos nas zonas de mineração, conside-
rados espaços mais democráticos e suscetíveis à
mobilidade social.
na América Portuguesa teria predominado a ex-
ploração predatória e a devastação ambiental, sem
qualquer preocupação com a ocupação do território,
enquanto, na América Espanhola, o povoamento
planejado teria sido o foco central da empresa colo-
nizadora.
o modelo de exploração era atribuído à colonização
ibérica, e o modelo de povoamento à colonização in-
glesa, buscando diagnosticar os contrastes entre
atraso e desenvolvimento e minimizando alguns ele-
mentos complicadores como o fato de que nas colô-
nias britânicas também existiu a plantation e intensa
exploração.
essa diferenciação havia sido instituída no discurso
oficial das próprias metrópoles e amplamente ratifi-
cada pelos missionários religiosos que atuaram nas
Américas, a fim de reforçar a ideia de que a cate-
quização fazia parte de um processo de povoamento
com resultados civilizatórios, diferente da ação dos
primeiros aventureiros.
o primeiro conceito remetia ao período compreendi-
do entre os séculos XV e XVIII, quando teria pre-
dominado a extração de matérias primas e metais
preciosos no continente, enquanto o segundo va-
lorizava a ampla imigração europeia dos séculos
XIX e XX, considerada altamente benéfica para o
desenvolvimento das ex-colônias.