Leia o Texto III para responder à questão
Texto III
Então algumas gentes das vilas camponesas,
sem chefes, se juntaram em grupos que mal
chegavam a cem homens e cada um deles dizia:
“Dize bem! Dize bem! Abominado seja aquele por
quem venha a retardar-se a destruição de todos os
fidalgos!” Depois se foram sem outro desígnio e
sem qualquer armamento, afora bastões ferrados e
cutelos, rumo à casa do nobre que perto dali
morava. Então quebraram a casa e mataram o
cavaleiro, a dama e os filhos, pequenos e grandes e
ataram fogo nos aposentos. Em seguida foram para
outro forte castelo onde fizeram coisa pior, violando
mulheres e crianças”.
(FROISSART, Jean. Crônicas. In Duby, Georges. A Europa na
Idade Média. SP: Martins Fontes, 1988, p. 134-135)
O estado de ânimo dos camponeses, conforme a
descrição feita no Texto III, referente ao Século
XIV:
O demonstrava o protesto dos moradores das
vilas camponesas, que estavam denunciando a
falta de chefes e de fidalgos responsáveis pela
guarda e segurança das casas e castelos
feudais.
O indicava o grau de revolta contra a ordem
social feudal que assegurava à nobreza o
direito de explorar o trabalho servil,
garantindo a produção e o trabalho
compulsório mesmo que em situações de
crise.
O expressava a intolerância em relação ao
modelo de organização social que garantia aos
clientes acesso irrestrito às reservas senhoriais
onde se localizavam os castelos e as casas dos
camponeses.
O representava o desenvolvimento moral dos
habitantes das vilas feudais, onde as revoltas
foram mais violentas, pois eram controladas
pelos camponeses que se negavam a trabalhar
nas reservas senhoriais.
O identifica-se com o caráter primitivo dos
trabalhadores afastados dos eixos de produção
da economia feudal que, no momento de
falência das relações de senhorio e
vassalagem, invadiram os castelos em busca
de proteção.