Texto 7
“[..] Mais ou menos no início da Era Cristã,
começaram a aparecer nas várzeas do rio Amazonas
aldeias indígenas que eram bem maiores e mais
permanentes do que as aldeias dos grupos que
vivem do cultivo de raízes tropicais nas regiões de
terras firmes, áreas de florestas mais afastadas
(áreas não sujeitas à inundação ou alagação) [...] A
grande quantidade de sítios arqueológicos nas
várzeas demonstra também que essa faixa de
terreno era mais densamente habitada que as áreas
do interior. Esses dados arqueológicos são
referendados pelos relatos históricos europeus dos
séculos XVI-XVII que descrevem as sociedades
indigenas das várzeas como grupos socialmente
estratificados e que habitavam em grandes aldeias
organizadas em unidades políticas centralizadas
comandadas por chefes poderosos.
(BARRETO, Mauro. As sociedades indígenas na Amazônia
antes do contato com os europeus.IN FONTES, Edilza
(org). Contando a História do Pará: da conquista a
sociedade da borracha, vol. I(século XVI- XIX).- Belém: E.
Motion, 2002, p.14)
A partir da leitura do Texto 7 e dos estudos
históricos que se tem sobre o assunto é correto
dizer que os grupos indígenas que habitavam a
Amazônia antes da chegada dos europeus:
O viviam de forma semelhante em relação à
organização econômica, visto que, a
fertilidade do solo, provocada pelas
enchentes do rio Amazonas, fez com que
desenvolvessem técnicas agricolas que
contribuiram para o aumento da população,
as quais mais tarde foram utilizadas pelos
europeus.
O eram basicamente coletores de frutos,
sementes e raízes comestíveis, caçadores
de animais de pequeno porte e
pescadores. Os que passaram a acampar
em pequenas palhoças, às margens dos
rios da região, tornaram-se agricultores e
construíram aldeias maiores e mais
densamente povoadas
O tanto as sociedades que viviam nas áreas
de terra firme como as que habitavam a
várzea possuíam um nível de complexidade
nas suas relações de trabalho que
impressionaram os europeus quando aqui
chegaram, o que os estimulou a escravizá-
los.
O apresentavam uma cultura material
diferenciada, mesmo tendo vivido na
mesma época e, muitas vezes, em áreas
próximas, pois as nações indígenas que
viviam nas áreas de várzea apresentavam
um nível maior de complexidade na sua
organização política, social e na confecção
de seus objetos.
O plantavam basicamente o milho e a
mandioca, utilizando-os também como
moeda de troca, o que facilitou as relações
comerciais entre as diversas nações
indígenas, que aqui se localizavam, e entre
elas e os grupos europeus.