Texto 1
Não se pode matar sempre. Faz-se a paz com o vizinho até que se acredite estar bastante forte para reco-
meçar. Os que sabem escrever redigem tratados de paz. Os chefes de cada povo, para melhor enganar seus
inimigos, testemunham pelos deuses que eles próprios criaram. Inventam-se os juramentos. Um promete por
Samonocodão, outro, em nome de Júpiter, viver sempre em harmonia, e na primeira ocasião degolam em nome
de Júpiter e de Samonocodão.
(Voltaire. Dicionário filosófico, 1984. Adaptado.)
Texto 2
Realizou-se, na tarde deste domingo, 08 de junho, nos Jardins Vaticanos, o encontro de oração pela paz entre
o Papa Francisco e os presidentes de Israel e Palestina, respectivamente, Shimon Peres e Mahmoud Abbas. Eis
um trecho da oração pela paz feita pelo Papa Francisco: “Senhor Deus de Paz, escutai a nossa súplica! Tornai-
-nos disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em
instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas tensões em perdão.”
O Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, proferiu as seguintes palavras: “Reconciliação e paz, Ó Senhor,
são as nossas metas. Deus, em seu Livro Sagrado, disse aos fiéis: 'Fazei a paz entre vós! Nós estamos aqui, Se-
nhor, orientados em direção à paz. Tornai firmes os nossos passos e coroa com o sucesso os nossos esforços e
nossas iniciativas”. O Presidente de Israel, Shimon Peres, disse: “O nosso Livro dos Livros nos impõe o caminho
da paz, nos pede que trabalhemos por sua realização. Diz o Livro dos Provérbios: Suas vias são vias de graça, e
todas as suas sendas são paz. Assim devem ser as nossas vias. Vias de graça e de paz. Nós todos somos iguais
diante do Senhor. Nós todos fazemos parte da família humana”.
(‘Papa Francisco: ‘Para fazer a paz é preciso coragem”. http://pt radiovaticana va, 08.06.2014.)
Considerando a relação entre política e religião, indique e comente duas diferenças entre os textos apresentados.