(URCA/2023.1) No capítulo Campo de concentração de
Quixeramobim: a seca de 1932 e o curral da fome, os
historiadores, José Ailton Brasil de Lima e Francisco
Chagas da Silva Neto utilizam epígrafe de um poema
escrito por Patativa do Assaré, e escrevem:
“A seca é um dos fenômenos mais recorrentes no semiárido
brasileiro [...] A seca deixou de ser apenas um fenômeno
climático e passou a fazer parte da estratégia política
transformando-se em uma indústria beneficiando uma elite
rural que via nessa pequena parcela de pessoas que vi-
ram nesse fenômeno uma oportunidade para enriquecer
com a conivência e participação dos políticos passando
pelas esferas dos governos municipais, estaduais e fede-
rais fazendo surgir a estrutura do coronelismo e sua força
oligárquica transformada no voto de cabresto”
(LIMA, José Ailton Brasil; SILVA NETO, Francisco Chagas da. Campo de concentração de Quixeramobim: a
seca de 1932 e o curral da fome. In: ALVES, Valdecy. Ceará: múltiplas visões e reverberações contemporâneas.
Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2022.)
Quando ela via o angú
Todo dia demanhã
Ou mesmo o rôxobejú
Da goma de mucunã
Sem a comida querê
Oiava pro dicumê
E o meu coração doía
Quando Nanã me dizia:
Papai, ô comida ruim!
(ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que canto cá. 14. ed. Petrópolis: Vozes,2003)
Tanto o poeta cearense Patativa do Assaré, quanto os
historiadores citados expressam passagens que denun-
ciam a existência da fome em decorrência de fatores
climáticos e políticos. A fome é tomada aqui enquanto
fenômeno histórico presente na realidade do interior
profundo do Brasil. Marque a alternativa CORRETA.
O coronelismo é sobretudo uma aliança entre os trabalha-
dores e o poder público, fortalecido por influência social
do setor da indústria, notadamente dos proprietários dos
meios de produção. Diz-se da estrutura industrial que sus-
tenta manifestações do poder privado sobre o poder na es-
fera pública, ainda presentes nos rincões do Brasil.
O coronelismo foi um fenômeno comum da política brasi-
leira ocorrido durante a Primeira República, caracterizado
pela figura do coronel, que detinha o poder econômico e
exercia o poder local por meio da violência e trocas de fa-
vores.
O coronelismo foi um fenômeno comum da política brasi-
leira ocorrido durante o Império, caracterizado pela figura
do coronel, que detinha o poder econômico e exercia o po-
der local por meio da violência e trocas de favores.
O coronelismo é sobretudo um compromisso, uma troca de
proveitos entre o poder público, fortalecido por influência
social dos capitalistas, notadamente estrangeiros. Diz-se
da estrutura mercantil dos imperialistas estrangeiros sobre
a autonomia interna do Brasil.
O coronelismo é sobretudo um compromisso, uma troca de
proveitos entre o poder público, fortalecido por influência
social dos chefes locais, notadamente dos senhores de ter-
ras. Diz-se da estrutura agrária que sustenta manifestações
do poder privado sobre o poder na esfera pública, ainda
presentes nos rincões do Brasil.