Leia o texto e observe a imagem a seguir.
A partir da historiografia “paulística”, vinculada ao Instituto His-
tórico e Geográfico de São Paulo, algumas imagens a respeito
de São Paulo colonial foram sendo cristalizadas. Com efeito, tal
historiografia tinha como construção implícita a preocupação de
justificar o poder de São Paulo no contexto de riqueza cafeicultora
no âmbito da República Velha, o que pressupunha um relaciona-
mento com os outros Estados e a luta pela hegemonia nacional.
As imagens a partir daí resultantes edificam um paulista altivo, in-
dependente, arrojado e leal, cuja síntese seria o bandeirante.
O período pós 30, até pelo menos o fim do Estado Novo, repre-
senta para a historiografia “paulística” um novo desafio a vencer.
Fruto da perda da hegemonia política, dos insucessos de 1932
e das agruras sofridas no período varguista, os traços já presen-
tes nas construções referidas vão sendo reforçados, ao mesmo
tempo que se ressalta, cada vez mais, a imagem da “raça de gi-
gantes”, que nunca se curva, que é única e singular.
(BLAJ, |. Mentalidade e sociedade: revisitando a historiografia sobre São Paulo
colonial. Revista de História. São Paulo. n.142-143. 2000. p.240-241.)
(Incêndio que atingiu a estátua de Borba Gato,
na zona sul de São Paulo, no dia 24 de ju-
lho de 2021. Nas redes sociais, o ataque
foi relacionado ao papel do bandeirante Borba
Gato na caça e escravidão de índios e ne-
gros. A estátua foi inaugurada em 1968.
https: //g1.globo.com/sp/noticia)
a) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado Novo, relacione a figura do bandeirante com a
Revolução Constitucionalista de 1932.
b) A partir das informações presentes no texto e na imagem, discorra sobre o episódio do incêndio à estátua
do bandeirante Borba Gato.