TEXTO |
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa
nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as
classes ilustradas pôem o seu ideal de perfeição, porque
nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou
e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
TEXTO II
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar.
As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias
visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque
a sensualidade real não tem para mim interesse de
nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho
—, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim
cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço
se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de
Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em
todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de
um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de
Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me
faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo
de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.
À linguagem cumpre diferentes funções no processo de
comunicação. A função que predomina nos textos le II
O destaca o “como” se elabora a mensagem,
considerando-se a seleção, combinação e sonoridade
do texto.
coloca o foco no “com o quê” se constrói a mensagem,
sendo o código utilizado o seu próprio objeto.
focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando
seu posicionamento e suas impressões pessoais.
orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem,
estimulando a mudança de seu comportamento.
enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada
com palavras precisas e objetivas.
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