“Evento emblemático, o 7 de abril consagrou o espaço público como
arena de luta dos mais diversos grupos políticos e camadas sociais,
marcando a emergência de novas formas de ação política, em momento
no qual, transbordando a tradicional esfera dos círculos palacianos e
das instituições representativas, tornava-se publica e se assistia a uma
rápida politização das ruas”
Marcello Basile. “O laboratório da nação: A era regencial *1831-1840). /n: Keila Grinberg
e Ricardo Salles. O Brasil Imperial. Volume II — 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2009, p.59
O texto aponta para a “emergência de novas formas de ação política” nos eventos
que levaram ao fim do Primeiro Reinado (1822-1831), mas que também estiveram
presentes no Período Regencial (1831-1840). Trata-se da
a) forte pressão popular, manifestada por movimentos de protesto nas ruas da
corte — no final do Primeiro Reinado — e por revoltas em diversas províncias
— durante a Regência.
b) defesa da Constituição de 1824, que reuniu representantes das camadas
populares e das elites em manifestações de rua, tanto no Primeiro Reinado
quanto no Período Regencial.
c) quebra da legalidade no momento da abdicação, permitindo a D. Pedro I
escolher seu filho, mas não herdeiro legal, como sucessor do trono brasileiro,
por meio de um pacto político com as elites.
d) adesão de camadas populares na defesa da continuidade de D. Pedro I no
trono brasileiro, resultando em protestos de rua — no Primeiro Reinado — e
conflitos armados, na Regência.
e) ativa participação popular que resultou na queda de D. Pedro 1, em 1831,
e na suspensão de reformas elitistas, durante a Regência, como o fim do
Poder Moderador.