Segundo o Inaf (Indicador de Analfabetismo Funcional), cerca de 30% da população
brasileira, entre 15 e 64 anos, é considerada analfabeta funcional. Isso quer dizer que
essa parcela da população sabe ler o básico (como uma placa e o nome de um ônibus),
escrever o próprio nome e conferir troco, mas não consegue interpretar textos simples
e realizar operações matemáticas. Mas, mesmo assim, pesquisas realizadas no ano
passado pelo instituto mostram presença assídua e maciça na internet — praticamente
a mesma dos considerados “alfabetizados”. Dos analfabetos funcionais, 86% usam
WhatsApp, 72% acessam o Facebook e 31% têm conia no Instagram. Ja 89% dos
alfabetizados, por exemplo, utilizam o Facebook. Mesmo a rede social exigindo certo
domínio de leitura e escrita, isso não foi barreira, uma vez que 92% dos analfabetos
funcionais enviam mensagens escritas no WhatsApp, contra 99% dos alfabetizados, e
84% dos analfabetos funcionais compartilham textos, enquanto 82% dos alfabetizados
fazem o mesmo. Os dados chamam a atenção, principalmente no que diz respeito às
fake news, distribuídas em texto, foto, vídeo e áudio, colocando em xeque as
informações que chegam ao usuário, muitas vezes, despreparado para separar o trigo
do joio.
Conhecimento Prático - Língua Portuguesa, Ano 8, Ed. 75, p. 7, fevereiro/março de 2019.
A) Qual argumento é articulado pelos elementos em negrito? Justifique.
B) Em relação aos analfabetos funcionais, explique o que o último período do texto permite inferir.