Leia este trecho:
— Vá para o inferno. Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico. está safado, está
idiota. Há lá ninguém que fale dessa forma!
Azevedo Gondim apagou o sorriso, engoliu em seco. apanhou os cacos da sua pequenina
vaidade e replicou amuado que um artista não pode escrever como fala.
— Não pode? perguntei com assombro. E por quê?
Azevedo Gondim respondeu que não pode porque não pode.
— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga,
trata de negócios naturalmente. mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse
escrever como falo. ninguém me lia.
RAMOS, Graciliano. S. Bemardo. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 9.
A partir da leitura desse trecho, REDIJA um texto, relacionando as idéias de Paulo Honório sobre
literatura com a concepção de linguagem literária do Modernismo de 1922.