Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisio-
nados. A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros há um caminho em
que homens transportam estatuetas (pequenas estátuas) de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as
coisas. Por causa da luz da fogueira, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas
transportadas atrás de um muro, mas sem poderem ver as próprias estatuetas nem os homens que as transportam. Como
jamais viram outra coisa, Os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Que aconteceria, indaga
Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado?
(Marilena Chaui. Convite à filosofia, 1994. Adaptado.)
Na alegoria da caverna, a qual figura típica da filosofia de Platão correspondem os seres humanos aprisionados? E o pri-
sioneiro que se liberta das algemas? Explique o significado filosófico dessas duas figuras.