Texto IV
A ação missionária no Grão Pará e Maranhão
concretizou, em parte, os objetivos do Estado
português. Os missionários desenvolveram um
sistema que aliou exploração econômica dos recursos
naturais, baseados na coleta das drogas do sertão, à
“civilização” dos nativos. [...JAs missões também
desenvolveram formas — particulares de
aproveitamento do espaço para a produção de
alimentos.
(RAVENA, Nírvia. A descrição da dominação: missionários e
colonos na disputa pela mão-de obra indigena. IN FONTES,
Edilza(org.)Contando a História do ParávlBelém; E.
Motion, 2002 pp.113-114)
A partir da leitura do Texto IV, afirma-se que:
O o Estado português, na fase de expansão
colonial nas suas terras da América,
promoveu a colonização em conjunto com a
Igreja Católica, unindo a exploração da
floresta Amazônica com a função social de
catequizar os índios. Buscava-se, com isso,
o conhecimento para desenvolver as formas
de extração das drogas do sertão.
O Igreja e Estado português desenvolveram
uma intensa disputa na ocupação das terras
ultramarinas, isto porque a Igreja defendia
a necessidade de se explorar os recursos
naturais sem retirar as populações
indígenas do seu habitat. Tal não era aceito
pelo governo colonial, que defendia os
*descimentos” dos índios para os povoados
afim de melhor se apropriar de suas terras.
O o projeto colonizador português, no Estado
do Grão-Pará e Maranhão, assentado na
ação missionária, provocou profundas
mudanças na vida cultural e material das
comunidades indígenas, visto que, até
então, elas produziam e viviam em contato
permanente com a floresta, os rios, e os
recursos que eles ofereciam.
O a ação missionária, principalmente a
realizada pelos jesuítas, centrou-se na
criação do gado na ilha do Marajó
utilizando, no entanto, os conhecimentos
que os índios possuíam sobre a utilização
dos pastos. De fato a pecuária fazia parte
da cultura material das sociedades nativas,
havendo, assim, a partir da chegada do
europeu colonizador, uma troca de
conhecimentos sobre essa atividade.
O as nações indígenas que habitavam o Grão-
Pará e Maranhão eram essencialmente
nômades, pois dependiam dos recursos
naturais da região. Com a chegada dos
portugueses, principalmente através da
ação religiosa, adotou-se a estratégia de
torná-las agrícolas e sedentárias, de modo
a desenvolver, de forma mais racional, a
exploração da floresta.